Confiança do Consumidor avança pelo terceiro mês, mostrando redução do pessimismo

27 de maio de 2025

Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pelo FGV Ibre, registra avanço. Em maio, a alta foi de 1,9 ponto, o que elevou para 86,7 a pontuação. Os dados revelam um consumidor menos pessimista, lembrando que a virada para o otimismo é a marca de cem pontos. Na avaliação de Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre responsável pelo indicador, há sinais de uma tendência gradual de recuperação da confiança que sofreu um grande baque entre dezembro do ano passado e fevereiro. A economista chama a atenção que somente o indicador sobre as expectativas em relação à economia local futura está acima de 100 pontos nos últimos dois meses, mostrando um otimismo moderado dos consumidores para os próximos meses.

— Os dados sobre a situação financeira das famílias não estão no mesmo patamar, nenhum indicador de compras previstas. É preciso esperar para saber se de fato esse otimismo vai continuar e se também isso vai se concretizar para a percepção presente do consumidor. Na virada do ano, a previsão era de uma desaceleração da economia em 2025, mas os consumidores têm sentido que esse primeiro semestre vai ser melhor do que o previsto inicialmente, com a economia ainda resiliente, o mercado de trabalho forte, com renda. Isso levou a uma redução do pessimismo — explica Ana Carolina.

Chama atenção nos dados de maio o fato de a alta do indicador ter sido registrada em todas as faixas de renda, sendo o resultado puxado, principalmente, pela redução do pessimismo do indicador de situação financeira atual das famílias. A alta interrompe a sequência de cinco quedas na confiança dos consumidores que têm renda até R$ 2.100, que teve um modesto avanço.

— A melhora no indicador de situação financeira atual das famílias foi o que puxou o índice de confiança para cima, muito atrelado ao mercado de trabalho. O fato é que os consumidores continuam muito endividados e esse é um fator muito prejudicial. No entanto, a percepção dos consumidores sobre economia atual e futuro tem melhorado nos últimos quatro meses de forma gradual. A economia teve uma desaceleração menor do que estava se prevendo e a inflação, que se temia que explodisse, está acima da meta, mas longe de estar descontrolada — explica.

Fonte: Agência O Globo