Engajamento de talentos precisa estar no planejamento de 2025

29 de janeiro de 2025

O encantamento do cliente interno traz bons resultados junto ao cliente final, além de levar economia para o negócio

Para convencer o consumidor de que seu produto é bom, é preciso antes que você mesmo esteja convencido – e isso se estende a todo o time que forma um negócio. Por isso, trabalhar com a motivação e encantamento de seu cliente interno é tão importante e estratégico quanto a comunicação com o público final.

Em geral, é preciso focar no bem-estar e na valorização dos colaboradores, o que ajuda para a retenção de talentos e o crescimento sustentável das empresas. Com o avanço acelerado da tecnologia e um contexto mundial que tem impacto na mudança rápida de comportamento do consumidor, atrair e reter profissionais qualificados não é apenas uma questão de benefícios financeiros, mas de criar uma cultura organizacional que promova propósito, engajamento e reconhecimento.

De acordo com Alexandre Slivnik, especialista em excelência de serviços, palestrante com mais de 20 anos de experiência e vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), estratégias de retenção de talentos, como programas de desenvolvimento contínuo, reconhecimento personalizado e ambientes que estimulem a inovação, são fundamentais. “Mais do que prevenir a rotatividade, essas práticas constroem equipes que entregam resultados superiores”, explica.

Colaborador feliz, cliente satisfeito

“Quando as empresas colocam os colaboradores no centro de suas estratégias, o impacto nos resultados é imediato. Funcionários engajados e reconhecidos não apenas permanecem na empresa, mas também transformam a experiência do cliente em algo memorável. Isso gera um ciclo de encantamento que beneficia todas as partes envolvidas”, destaca Alexandre.

Ele ressalta que investir na retenção de talentos também se traduz em economia para as empresas. Com a diminuição de custos relacionados a novas contratações e treinamentos para adaptação, as organizações podem concentrar esforços na inovação e na entrega de valor ao mercado e capacitação dos próprios funcionários. Além disso, colaboradores que se sentem parte do propósito organizacional tornam-se agentes ativos de fidelização de público, ajudando a construir marcas fortes e diferenciadas.

Em 2025, empresas que integram práticas de encantamento do cliente interno a seus pilares estratégicos estarão melhor posicionadas para enfrentar os desafios do mercado. “Retenção de talentos e foco no bem-estar dos colaboradores são tendências importantes e fatores essenciais para transformar organizações em protagonistas de excelência e crescimento sustentável”, conclui o especialista.

Fonte: Varejo S.A

Presidente da CDL Recife se reúne com Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado

28 de janeiro de 2025

Na tarde desta terça-feira (28), Fred Leal, presidente da CDL Recife, juntamente com os diretores Hugo Philipssen (Executivo) e Paulo Monteiro (Institucional), recebeu Guilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco, na sede da instituição para debater estratégias de fomento ao comércio por parte do governo.

O encontro também contou com a presença de Fred Vasconcelos, secretário executivo de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco.

Omnichannel: integrando canais para potencializar vendas

Apesar dos benefícios evidentes, a implementação de uma estratégia omnichannel não é isenta de desafios

No cenário atual do varejo, a integração de múltiplos canais de venda tornou-se não apenas uma tendência, mas uma necessidade vital para o sucesso das empresas. O conceito de omnichannel surge como uma estratégia revolucionária, prometendo transformar a experiência do consumidor e impulsionar as vendas de forma significativa.

Basicamente, o omnichannel refere-se à estratégia de integração seamless de todos os canais de venda e pontos de contato com o cliente, proporcionando uma experiência de compra unificada e consistente. Seja online, offline ou através de dispositivos móveis, o consumidor deve poder interagir com a marca de maneira fluida e sem barreiras. De acordo com uma pesquisa da Harvard Business Review, 73% dos consumidores utilizam múltiplos canais durante sua jornada de compra. Isso demonstra claramente a necessidade de uma presença omnichannel robusta para atender às expectativas dos clientes modernos.

Impacto nas vendas

A implementação de uma estratégia omnichannel pode ter um impacto direto e mensurável nas vendas. Um estudo da IDC Retail Insights revelou que os compradores omnichannel que têm a capacidade de converter em qualquer canal têm um valor de vida útil 30% maior.

Além disso, a satisfação do cliente tende a aumentar significativamente. Segundo o relatório “State of the Connected Customer” da Salesforce, 75% dos consumidores esperam uma experiência consistente, independentemente de onde interajam com uma marca (redes sociais, atendimento ao cliente, website, etc.).

Casos de sucesso

No Brasil, temos exemplos notáveis de varejistas que abraçaram o conceito omnichannel com resultados impressionantes. A Magazine Luiza, por exemplo, em 2019 reportou um aumento de 56% nas vendas online, “coincidentemente” após integração de lojas físicas, e-commerce e marketplace, que faz parte de uma estratégia omnichannel.

Outro caso de sucesso é o da Riachuelo, em 2020, que viu suas vendas digitais crescerem 380% após investir em uma plataforma omnichannel robusta, permitindo que os clientes comprem online e retirem nas lojas físicas, entre outras opções.

Desafios na implementação do omnichannel

Apesar dos benefícios evidentes, a implementação de uma estratégia omnichannel não é isenta de desafios. Uma pesquisa da Retail Systems Research mostrou que 54% dos varejistas citam a dificuldade em integrar sistemas back-end como o principal obstáculo para uma verdadeira experiência omnichannel.

Outros desafios incluem:

  • Gerenciamento de estoque em tempo real.
  • Treinamento de equipe para atendimento consistente em todos os canais.
  • Personalização da experiência do cliente em escala.
  • Estratégias para uma implementação bem-sucedida.
  • Investimento em tecnologia, com plataformas de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) e sistemas de gestão empresarial (ERP) que permitam uma visão unificada do cliente e do estoque.
  • Foco na experiência do cliente, com jornadas de compra fluidas e personalizadas, independentemente do canal escolhido pelo consumidor.
  • Análise de dados, com big data e análise preditiva para entender o comportamento do consumidor e otimizar a oferta de produtos e serviços.
  • Capacitação da equipe, por meio de treinamento contínuo dos colaboradores para garantir um atendimento de qualidade em todos os pontos de contato.
  • Logística integrada, na implemente sistemas de logística que suportem opções como “compre online, retire na loja” e devolução em qualquer canal.

O futuro

À medida que avançamos, espera-se que o omnichannel evolua ainda mais com a incorporação de tecnologias emergentes. A realidade aumentada (AR) e a inteligência artificial (AI) prometem elevar a experiência omnichannel a novos patamares, permitindo experiências de compra ainda mais imersivas e personalizadas.

A 25ª edição do relatório Accenture Technology Vision 2025 revela que a inteligência artificial (IA) está inaugurando uma nova era de autonomia para empresas. O relatório aponta que 69% dos executivos acreditam que a IA está acelerando a reinvenção empresarial, enquanto 77% afirmam que seus benefícios só serão plenamente alcançados com sistemas baseados em confiança

A estratégia omnichannel não é apenas uma opção, mas uma necessidade imperativa para os varejistas que desejam se manter competitivos no mercado atual. Ao integrar efetivamente todos os canais de venda e pontos de contato, as empresas podem oferecer uma experiência superior ao cliente, aumentar a fidelidade e, consequentemente, impulsionar as vendas.

Para o varejo brasileiro, abraçar o omnichannel representa uma oportunidade de ouro para se destacar em um mercado cada vez mais disputado. As empresas que conseguirem implementar com sucesso essa estratégia estarão bem posicionadas para prosperar na era do comércio unificado, onde as fronteiras entre o físico e o digital se tornam cada vez mais tênues.

Recife registrou 66 mil famílias inadimplentes em dezembro de 2024

27 de janeiro de 2025

De acordo com dados da Fecomércio-PE, de janeiro de 2023 a dezembro de 2024, a capital registrou uma queda de 16,5% na inadimplência, que passou de 79 mil para 66 mil famílias no mesmo período

O Recife ainda tem 66 mil famílias que estão inadimplentes e em dezembro de 2024 registrou 82% no índice de famílias endividadas. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24), no recorte local realizado pela Fecomércio-PE, da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo o levantamento da Fecomércio-PE, entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024 foi marcado por melhorias no mercado de trabalho e mudanças no perfil do endividamento. No período, o índice de famílias endividadas apresentou estabilidade, de 83% em janeiro de 2023 para 82% em dezembro de 2024.
De acordo com o economista David Batista, essa estabilidade no percentual de famílias endividadas pode indicar uma série de fatores. “Por um lado, pode indicar que as famílias estão se adaptando à sua situação financeira, talvez priorizando pagamentos de dívidas ou ajustando também o orçamento. Por outro lado, isso pode sugerir que a economia está em estado de estagnação, porque a gente tem uma alta taxa de juros e uma estagnação econômica, onde as melhorias de fato são mais lentas e as famílias continuam enfrentando dificuldades para sair do ciclo de endividamento”, destaca.
Inadimplência recuou 16,5%
Apesar da estabilidade no endividamento, foi registrada uma queda de 16,5% na inadimplência, que passou de 79 mil para 66 mil famílias no mesmo período. A expectativa de inadimplência também diminuiu, passando de 155 mil para 137 mil famílias, o menor nível em dois anos.
Essas mudanças ocorreram em paralelo à redução da taxa de desocupação em Pernambuco, que caiu de 14,1% no primeiro trimestre de 2023 para 10,5% no terceiro trimestre de 2024. Ainda diante desse cenário, a informalidade cresceu no estado, passando de 48,9% para 50% no mesmo período.
Mesmo com mais pessoas ocupando postos de trabalho no estado, o alto número de inadimplentes ainda se destaca na capital. Para o economista é importante verificar a realidade das condições de trabalho no Recife.
“Embora mais pessoas estejam empregadas, é essencial considerar também a qualidade desses empregos, por exemplo, os salários que são oferecidos para eles. Por exemplo, existem empregos que pagam salários mais adequados e oferecem certa segurança jurídica para a família. Isso é fundamental para que as famílias consigam se manter em dia com suas obrigações financeiras”, aponta David.
Ainda de acordo com ele, a alta da inflação também acaba afetando a população, aumentando o custo de vida e a dificuldade da população de equilibrar suas finanças.
Cartão de crédito é o principal vilão
Entre as principais modalidades de dívida, o cartão de crédito consolidou sua posição como a mais utilizada pelas famílias, subindo de 89,7% em 2023 para 93% em 2024. O carnê, tradicionalmente associado ao varejo, caiu de 30,7% para 28,6%, enquanto o crédito pessoal aumentou de 5,2% para 5,7%.
David Batista explica ainda que o aumento das dívidas dos recifenses nessa modalidade de pagamento ocorre devido à facilidade do acesso ao crédito. “A população tem dificuldade de acesso a crédito junto aos bancos, para que as pessoas possam refinanciar suas dívidas já pelo seu próprio endividamento. Com isso, muitas pessoas acabam recorrendo ao cartão com uma solução rápida para poder cobrir despesas inesperadas, ou até mesmo necessidades diárias. A falta de planejamento financeiro e a percepção de que o crédito é um recurso ilimitado pode levar a um acúmulo de dívidas, especialmente com as altas taxas de juros que os cartões geralmente apresentam”, disse.

Volta às aulas impulsiona vendas e aquece economia no comércio do Recife

23 de janeiro de 2025

Setores como papelaria, vestuário e eletrônicos registram aumento na procura com a chegada do novo ano letivo

A aproximação do início das aulas tem gerado um movimento intenso no comércio do Recife, especialmente nos segmentos de papelaria, vestuário, calçados e eletrônicos. Pais e responsáveis correm para garantir o material escolar, com destaque para itens como livros, cadernos, mochilas, canetas e artigos de papelaria. Para muitos, é o momento de completar as compras iniciadas com antecedência. Além disso, a demanda por roupas e calçados, essenciais para o retorno às aulas, também impulsiona as vendas na cidade.

No Centro do Recife, o fluxo de consumidores tem sido notável. O diretor institucional da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL Recife), Paulo Monteiro, destaca que a volta às aulas traz um impacto positivo ao comércio local. “A retomada das aulas reflete de maneira favorável ao comércio, animando os negócios do varejo no início do ano. Nossa expectativa com relação às vendas neste período de volta às aulas, no início do ano, é positiva”, afirmou Monteiro. Além disso, ele observa que a crescente adoção de aulas híbridas e o uso de tecnologias no ensino têm gerado uma demanda crescente por produtos tecnológicos, como notebooks, tablets e acessórios.

Outro reflexo da transformação no cenário educacional é o aumento da busca por eletrônicos. Com o ensino cada vez mais digital, a procura por dispositivos que atendam às novas exigências de estudo se intensifica. “A diversificação no formato de ensino, como o crescimento das aulas híbridas e a utilização de tecnologias no ensino, trouxe a busca por itens tecnológicos, como notebooks, tablets e acessórios”, complementou Monteiro. Esse cenário reforça a necessidade de adaptação do comércio às novas demandas dos consumidores.

Para quem busca economizar durante as compras, o diretor da CDL Recife sugere algumas estratégias. “Os pais e consumidores devem fazer pesquisas, procurar nas redes sociais e nas lojas, verificar quais são aquelas que estão oferecendo condições mais atrativas, não só de preço, mas até de parcelamento dos produtos”, orienta. Uma alternativa para reduzir os gastos é reutilizar materiais de anos anteriores, caso estejam em boas condições. Assim, é possível equilibrar o orçamento sem comprometer a qualidade das compras para o novo ano letivo.

Fonte: Algo Mais

Panorama do Comércio: projeções para 2025

22 de janeiro de 2025

A edição de janeiro do Panorama do Comércio, publicado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), já está disponível

A edição de janeiro de 2025 do Panorama do Comércio, publicado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), já está disponível. As projeções iniciais para 2025 indicam um crescimento econômico moderado de 2,0% e uma inflação de 5,0%, novamente acima da meta estabelecida. Os dados revelam a evolução recente das expectativas e destacam os obstáculos que o setor precisará enfrentar nos próximos meses.

Ainda que as projeções sejam preliminares, já se observa um ambiente macroeconômico mais pressionado, especialmente devido à escalada da taxa de juros. O Banco Central sinalizou novas altas da SELIC, que, segundo o Boletim Focus, pode encerrar 2025 em 15,0% ao ano, um patamar consideravelmente superior ao esperado. Além disso, a cotação do dólar deve permanecer elevada, com projeções indicando uma taxa de R$ 6,00, reforçando o impacto das incertezas externas e internas na economia brasileira.

Os principais desafios para o próximo ano se concentram em dois eixos: o ambiente externo e a questão fiscal. No cenário internacional, as decisões de política econômica dos Estados Unidos desempenham um papel crucial. A adoção de medidas expansionistas pelo governo norte-americano pode pressionar ainda mais a inflação global e, consequentemente, a taxa de câmbio no Brasil.

Já no ambiente doméstico, as preocupações fiscais persistem, exigindo do governo ações concretas para garantir a sustentabilidade das contas públicas. A credibilidade fiscal será um fator determinante para reduzir as incertezas e criar um ambiente mais previsível para o setor produtivo.

Desempenho do comércio em 2024

Em relação ao desempenho do comércio em 2024, o mês de novembro trouxe uma surpresa negativa. De acordo com o IBGE, as vendas do varejo registraram uma queda em comparação com outubro, mesmo com o impulso da Black Friday. No entanto, no acumulado de janeiro a novembro, o setor manteve um crescimento expressivo, refletindo a resiliência do consumo ao longo do ano.

Outro ponto de destaque foi o mercado de trabalho, que continuou aquecido. O comércio registrou um aumento na criação de vagas em novembro, acompanhando a tendência de expansão sazonal típica do fim de ano.

No entanto, os desafios para o consumidor permanecem. O levantamento da CNDL e do SPC Brasil aponta que o número de brasileiros inadimplentes chegou a 68,5 milhões, evidenciando a necessidade de uma gestão mais eficiente das finanças pessoais. O início do ano será uma oportunidade importante para renegociações, revisão de políticas de crédito e reestruturação do orçamento familiar.

O que esperar para 2025

Com um quadro quase completo de 2024, os desafios para 2025 já começam a se delinear. A expectativa de juros mais altos e um dólar valorizado exigirá cautela por parte dos empresários, que precisarão ajustar suas estratégias para um cenário de menor crescimento e maior custo de capital.

Assista também ao vídeo abaixo com a especialista em Finanças da CNDL, Merula Borges, com a análise do Panorama do Comércio deste mês.

Fonte: Varejo S.A

CDL Recife promove reunião com lojistas

21 de janeiro de 2025

Hoje pela manhã, a CDL Recife promoveu uma reunião com o tema “Centro do Recife – Desafios, soluções e seus impactos no comércio”.

O evento foi coordenado pelo consultor Francisco Cunha e reuniu lojistas da área central da capital pernambucana, além da diretoria da CDL Recife, e o presidente da entidade, Fred Leal.

Cinco tendências fora do radar das empresas para 2025

Especialistas em inovação da The Bakery compartilham apostas e análises

Tendências amplamente discutidas, como inteligência artificial (IA), automação, hiperpersonalização do atendimento, aproveitamento dos dados proprietários e estratégias de descarbonização permanecem em destaque nas estratégias empresariais e continuam a moldar o mercado, exigindo atenção das lideranças e redefinindo paradigmas de mercado. No entanto, tão importante quanto acompanhar as tendências já definidas é olhar além do óbvio e identificar novas fronteiras de inovação para aproveitar melhor as oportunidades de crescimento.

“O desafio central para os próximos anos será equilibrar a sofisticação tecnológica com a simplicidade operacional, enquanto se explora o potencial de novas economias”, diz Felipe Novaes, CGO (Chief Growth Officer) e fundador da The Bakery Brasil. A escassez de recursos e a crescente demanda por soluções em energia renovável exigem que as empresas adotem práticas de maior eficiência e sustentabilidade. Essa análise busca iluminar o caminho de quem está preparado para liderar, não apenas para seguir os movimentos de transformação, construindo um cenário onde a inovação, eficiência e responsabilidade ambiental são indissociáveis”, diz o executivo.

Para atender a esta demanda, a The Bakery, referência global em inovação corporativa, compartilha uma visão completa para o próximo ano, o Radar The Bakery: O que só nossos especialistas antecipam para 2025. O material analisa as tendências em voga no mercado e traz apostas que estão fora do radar das grandes empresas, mas que podem redefinir o mercado e surpreender muitas lideranças . Confira os destaques abaixo.

Redes sociais: o novo valor das conexões

A forma como a sociedade gera e troca valor está em transformação. Redes sociais e comunidades online já não são apenas espaços de interação, estão se tornando o cerne de novas economias. Conforme as pessoas trabalham e colaboram de qualquer lugar, as conexões pessoais e profissionais ganham um novo significado.

A economia não será mais medida apenas por capital financeiro, mas também por “capital de relacionamento”. O valor econômico passará a ser construído com base em como cada negócio se conecta com seu público alvo e o mercado. Esse movimento vai muito além das grandes plataformas. Novos ecossistemas digitais vão surgir, criando formas alternativas de monetizar e gerar valor. Corporações que souberem se posicionar nessa nova economia – criando hubs de relacionamento e plataformas de interação – terão um diferencial competitivo.

Minimalismo digital

A cada dia, novas ferramentas de IA, aplicativos e plataformas surgem, prometendo melhorar a produtividade e transformar a maneira como trabalhamos e nos comunicamos. É uma verdadeira explosão de soluções digitais, mas essa avalanche tecnológica está criando um efeito colateral: saturação. Em 2025, a The Bakery prevê um movimento inverso ganhando força: o minimalismo digital. A busca será por menos, mas melhores soluções.

Empresas e consumidores vão procurar simplificar suas vidas digitais, escolhendo as poucas tecnologias que realmente agreguem valor. Um exemplo disso é o banco Magie, integrado a plataformas de mensagens instantâneas, onde os clientes podem gerenciar suas finanças sem precisar de um aplicativo adicional. Esse tipo de abordagem mais focada e simplificada se tornará um diferencial.

Setor imobiliário

O setor imobiliário sempre foi tradicional e resistente a mudanças tecnológicas rápidas, mas isso está prestes a mudar. Para 2025, é esperado um grande crescimento no setor impulsionado por novas construções e a adoção de tecnologias como automação, IoT e realidade aumentada para a gestão de propriedades.

No entanto, o setor ainda sofre com processos complexos e burocráticos, além de uma alta dependência de intermediários. Isso cria uma janela de oportunidade para novas soluções que simplifiquem as transações, reduzam custos e aumentem a transparência no mercado. Plataformas que digitalizam o processo de compra e venda de imóveis, por exemplo, têm um potencial imenso para transformar o mercado.

Metaverso deixa de ser apenas hype

Alguns anos atrás, o metaverso surgiu como uma grande promessa de transformação digital, mas logo perdeu destaque, sendo visto como algo distante e futurista demais. Porém, com o avanço da tecnologia e a integração com outras inovações, seu potencial começa a ser visto de uma forma diferente. Em vez de apenas um espaço virtual para socializar, o metaverso pode se tornar um novo canal de negócios e relacionamento.

Reuniões corporativas em ambientes virtuais imersivos, clientes experimentando produtos de forma interativa antes de comprar, ou gêmeos digitais (“clones digitais” que simulam o comportamento e o desempenho de seus equivalentes reais, permitindo uma melhor compreensão, análise e otimização) vão se tornando cenários próximos. Integrado ao cotidiano das empresas, o metaverso pode oferecer experiências inéditas para consumidores e criar novas oportunidades de receita.

Um dos grandes desafios para o metaverso foi a criação de ambientes e conteúdos 3D. Mas a inteligência artificial generativa está mudando esse cenário, facilitando o desenvolvimento de experiências 3D e tornando essas ferramentas mais acessíveis, que antes exigiam conhecimentos avançados.

Embora os investimentos em Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR) tenham caído significativamente em 2024, essa mudança pode ser vista como uma fase de “rebranding”. O mercado está redefinindo o que realmente importa. Especialistas agora enxergam as tecnologias por trás do metaverso – como IA Generativa, AR, VR e Web3 – como a base para o futuro da experiência digital. O que se espera para 2025 é um metaverso menos focado no hype passado e mais voltado para aplicações práticas e transformadoras.

Concorrência redefinida

Há uma década, identificar concorrentes era simples: bastava olhar para empresas que vendiam produtos similares no mesmo mercado, porém, com a transformação digital e a diversificação dos negócios, essas fronteiras se tornaram cada vez mais nebulosas – e essa tendência só deve crescer em 2025.

Hoje, ter sucesso no mercado exige equilibrar o fortalecimento do core business com a criação de novas avenidas de crescimento. Apostar tudo em uma única área é arriscado, já que as maiores disrupções não vêm apenas de rivais tradicionais, mas de setores e players inesperados. Por exemplo, para uma empresa de beleza, a concorrência já não é apenas outra marca de cosméticos, mas também plataformas como o Mercado Livre, que oferecem uma experiência integrada que inclui desde compras até serviços financeiros.

Esse cenário é um reflexo da “concorrência transversal”, no qual o desafio é não apenas liderar em um setor, mas expandir sua presença na jornada do consumidor e criar valor de maneiras inovadoras. Gigantes como Alibaba exemplificam bem essa tendência: ao perceber a falta de infraestrutura financeira para suas operações, lançaram o Alipay, um banco digital. Essa estratégia de diversificação transformou a Alibaba de um e-commerce para um ecossistema completo que abrange finanças, tecnologia e logística. Para as grandes empresas, a mensagem é clara: diversificar deixou de ser apenas explorar novas oportunidades – agora é uma questão de se proteger contra surpresas do mercado.

Fonte: Varejo S.A

Inadimplência tem pequena queda e atinge 68,49 milhões de consumidores em dezembro

20 de janeiro de 2025
 

Indicador aponta que 41,51% da população adulta do país está inadimplente.
Em dezembro de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.432,05

O Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,51%) estavam negativados em dezembro de 2024, o que representa 68,49 milhões de consumidores. Em comparação com dezembro de 2023, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 1,92% em dezembro de 2024. Na passagem de novembro para dezembro, o número de devedores caiu ‐0,27%.

A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em dezembro deste ano ficou acima da observada no mês anterior.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES
“A inadimplência se mantém em patamares altos, o que reflete a dificuldade dos consumidores em manter todas as contas com o pagamento em dia. Chama a atenção o endividamento com os setores de bancos, que concentram 64,62% das dívidas. Esta dinâmica sugere que o planejamento financeiro de 2025 deve priorizar a renegociação de dívidas, especialmente aquelas com altas taxas de juros, além da construção de um fundo de emergência”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR TEMPO DE ATRASO
O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 3 a 4 anos (36,32%).

O número de devedores com participação mais expressiva em dezembro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,64%). De acordo com a estimativa, são 16,90 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (49,76%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,16% mulheres e 48,84% homens.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO
ESTIMATIVA DE INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA
CADA NEGATIVADO DEVE, EM MÉDIA, R$ 4.432,05. MAIOR PARTE DAS DÍVIDAS SÃO COM BANCOS
Em dezembro de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.432,05 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,10 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.
NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR VALOR TOTAL DAS DÍVIDAS
Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (31,09%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,86% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

Em dezembro de 2024, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 2,87% em relação ao mesmo período de 2023. O dado observado em dezembro deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de novembro para dezembro, o número de dívidas apresentou recuo de ‐0,71%.

NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO
Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 5,08%. Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comércio (‐6,19%), Água e Luz (‐5,61%) e Comunicação (‐3,32%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.

“Diante do um cenário de altas taxas de juros, e com mais dois aumentos previstos, a dificuldade do consumidor em colocar as contas em dia deve aumentar, já que os encargos tendem a dificultar a regularização financeira. O momento é de cautela e de priorizar o pagamento das contas antes de fazer novas dívidas”, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.

NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO POR SETOR CREDOR
Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 64,62% do total. Na sequência, aparece Água e Luz (10,87%), o setor de Comércio com 10,32% e Outros com 8,24% do total de dívidas.

Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro‐Oeste (7,55%), seguida pelo Sudeste (2,16%), Nordeste (1,93%) e Norte (1,57%). Por outro lado, o Sul (‐0,85%) mostrou queda no número de dívidas na comparação anual.

Em termos regionais, o maior percentual de inadimplentes está na região Centro‐Oeste, onde 44,82% da população adulta está incluída em cadastros de devedores. Por outro lado, na região Sul, a proporção de negativados equivale a 37,00% da população adulta.
Para todos os indicadores, considera-se que uma dívida é a relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha incluído vários registros desse devedor junto ao SPC Brasil. Ou seja, mesmo que um devedor tenha quatro registros de um mesmo credor, assume-se que esse consumidor tem apenas uma dívida.
Sobre a CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de mais de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.
SPC Brasil – Há mais de 60 anos no mercado, o SPC Brasil é um dos mais tradicionais bureaux de crédito da América Latina, com uma robusta base de dados com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Possui 232 milhões de CPFs no seu banco de dados, 57 milhões de CNPJs cadastrados e 120 milhões de consultas por mês. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.

Texto de Marina Barbosa

Varejo: 85% das empresas que inovaram tiveram aumento de lucro

Segundo estudo da CNC, das inovações feitas, 73% foram classificadas como incrementais

Investir em inovação tem se mostrado um diferencial para as empresas do varejo brasileiro. De acordo com um levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), 85% das empresas de varejo que inovaram em 2022 relataram aumento de lucro ou valorização de marca.

“A pesquisa aponta que a inovação impacta diretamente o aumento de lucro ou a valorização da marca, o que demonstra o retorno positivo dessas ações”, afirma Maurício Ogawa, diretor de Economia e Inovação da CNC.

Das inovações feitas, 73% foram classificadas como incrementais – pequenas modificações em produtos, serviços ou processos, com menor risco e investimento.

As principais áreas em que as inovações ocorreram incluem métodos de marketing e pós-venda (83%), processamento de informações e comunicação (78%) e práticas de gestão organizacional (74%).

Inovar aumenta o lucro

Segundo o estudo, empresas com mais de 50 funcionários têm 4,6 vezes mais chances de inovar, em comparação às empresas de pequeno porte, que possuem até 10 colaboradores. Esse resultado sugere que a capacidade de inovação está diretamente ligada à estrutura e à disponibilidade de recursos, uma vez que organizações maiores tendem a ter mais condições para reter talentos e investir em melhorias tecnológicas e de processos.

A pesquisa também identificou os principais obstáculos enfrentados pelas empresas que não inovaram. Entre as justificativas mais citadas, destacam-se a falta de necessidade devido às condições de mercado (43%) e a falta de conhecimento ou interesse (7%). Além disso, fatores como a instabilidade econômica (54%) e a ausência de incentivos fiscais e financeiros (51%) foram apontados como barreiras significativas para a inovação.

“Esses resultados reforçam a necessidade de criar condições mais favoráveis para que empresas de todos os portes possam inovar, com políticas de apoio financeiro e a promoção de uma cultura de inovação no setor varejista”, destaca Maurício Ogawa.

A pesquisa foi efetuada em oito regiões metropolitanas, com 840 entrevistas direcionadas a tomadores de decisão de empresas de pequeno, médio e grande porte, classificadas de acordo com o número de funcionários. Empresas com até 10 funcionários foram consideradas de pequeno porte; de 11 a 49, de médio porte; e as com mais de 50 funcionários, de grande porte.

Fonte: Mercado & Consumo

O impacto de plataformas de aposta na inadimplência dos consumidores

17 de janeiro de 2025

Quase dois milhões de brasileiros passaram a dever por causa das bets

O varejo deixou de faturar de R$ 103 bilhões ao longo do ano de 2024 em decorrência do redirecionamento dos recursos das famílias para as bets, como ficaram conhecidas as plataformas virtuais de apostas esportivas e de cassino online. É o que indica estudo divulgado nesta quinta-feira 16, no Rio de Janeiro, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O levantamento, denominado O Panorama das Bets, levou em consideração dados disponibilizados pelo Banco Central. Eles revelam que os brasileiros destinaram cerca de R$ 240 bilhões às bets em 2024. Segundo a CNC, os resultados indicam que as apostas online causam endividamento e vício e não só afetam os apostadores como geram impactos socioeconômicos significativos para toda a sociedade.

A atuação das bets no Brasil foi autorizada pela Lei Federal 13.756, aprovada em 2018. Desde então, elas cresceram no país e vêm investindo alto em publicidade, inclusive patrocinando clubes de futebol.

A maior preocupação apontada no estudo da CNC envolve as modalidades de cassino online, como, por exemplo, o Jogo do Tigrinho. Eles estão presentes hoje na maioria das bets. Economistas da CNC estimam que pelo menos 80% dos pagamentos dos usuários nessas plataformas envolvem gastos com alguma modalidade de cassino online. O volume de recursos destinado às apostas esportivas representaria uma fatia bem menor.

Segundo defendem economistas envolvidos na pesquisa da CNC, a Lei Federal 13.756 ainda carece de regulação do Ministério da Fazenda. Eles consideram que há um “limbo regulatório”, pelo qual foi permitido aos sites de apostas esportivas incorporar livremente os cassinos online, que se proliferaram sem controle adequado.

“Além disso, a ausência de regulamentação facilitou a lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas, prejudicando a economia formal. A popularidade crescente dos cassinos online tem desviado recursos que poderiam ser gastos em outros setores produtivos, como o comércio varejista, influenciando toda a cadeia produtiva”, revela o estudo.

Dívidas

Segundo estimativas, no último ano, cerca de 1,8 milhão de brasileiros entraram em situação de inadimplência por conta das bets. A CNC sustenta que muitas pessoas se endividam quando deixam de arcar com seus compromissos financeiros para realizar apostas. Para a entidade, isso acontece, sobretudo, com a população de menor renda.

O estudo reúne dados de inadimplência e compara dois grupos. O primeiro – com renda entre 3 e 5 salários mínimos – e o segundo entre 5 e 10 salários mínimos. Entre novembro de 2023 e novembro de 2024, observou-se cenários opostos. No primeiro grupo, o percentual de famílias com contas em atraso saltou de 26% para 29%.

Já a do segundo grupo caiu 2,6 pontos percentuais, fechando em 22%. “A inadimplência elevada pode levar a uma redução no consumo, desaceleração econômica, aumento da taxa de juros e instabilidade financeira”, afirmou a CNC.

Preocupações em torno das apostas realizadas por usuários de baixa renda se tornaram tema de debate público em setembro do ano passado, a partir de uma nota técnica do Banco Central. Ela apontou que beneficiários do Bolsa Família haviam gastado, no mês anterior, R$ 3 bilhões em bets. Os valores envolvem transferências na modalidade Pix realizadas para as plataformas.

Na época, o governo federal sinalizou movimentações para aumentar o controle sobre as bets. Foram anunciados um pente fino nos sites de apostas e o bloqueio dos que não tinham autorização para funcionar, conforme estabelece a Lei Federal 13.756. Uma lista divulgada há duas semanas pelo governo federal reúne os nomes de 66 empresas que podiam operar no Brasil, sendo 14 com licença definitiva e 52 com liberação provisória e pendências a serem sanadas.

Mas, desde a divulgação da nota técnica do Banco Central, há uma pressão para que os beneficiários do Bolsa Família sejam impedidos de usar recursos do programa em apostas online. Em decisão tomada em novembro, o Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo federal adotasse medidas neste sentido.

Ele apontou o desvio de finalidade, tendo em vista que o Bolsa Família, criado em 2003 e considerado hoje o maior programa de transferência de renda do Brasil, tem como objetivo garantir alimentação, saúde e educação, conferindo dignidade e assegurando a cidadania das famílias atendidas.

Limitações técnicas

No mês passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) também cobrou uma solução. Entretanto, o governo federal, através da Advocacia Geral da União (AGU), informou ao STF que há limitações técnicas e dificuldades operacionais para o cumprimento da decisão. O caso continua em análise.

De outro lado, esforços do governo federal para regular o setor resultaram na Portaria nº 1.231/2024, da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.

Lançada no ano passado, ela criou novas regras tais como a divulgação de informações para os apostadores, a identificação de seus perfis e o monitoramento do comportamento para antecipar formas de prevenir danos relacionados ao jogo patológico.

Também foram fixadas limitações para a publicidade, sendo vedadas, por exemplo, propagandas que representem as bets como meio de enriquecer ou complementar renda.

“Para evitar o endividamento, foi proibido o oferecimento de crédito para apostar. As empresas podem aceitar pagamento pré-pago (cartão de débito), mas não pós-pago (cartão de crédito). Elas também não poderão oferecer crédito por nenhum meio (direto ou por meio de parceiros) aos apostadores. A regulamentação visa assegurar que o jogador aposte apenas o dinheiro que possui, evitando se endividar”, anunciou, na época, o ministério.

Propostas

No estudo divulgado hoje, a CNC defende a adoção de medidas regulatórias adicionais para prevenir e reduzir os impactos gerados na sociedade a partir da operação das bets. Entre elas, está o estabelecimento de limites de apostas, a criação de programas de prevenção e tratamento para viciados, a realização de campanhas de conscientização pública sobre os riscos associados e a exclusão das modalidades altamente propícias a fraudes e à clandestinidade.

A entidade defende, ainda, que os impostos são cruciais para a organização e controle da atividade e que a regulação favorece a arrecadação de tributos, que podem ser direcionados para financiar programas sociais, de saúde e de outras áreas que contribuam para compensar os danos causados pelo vício.

A CNC também reiterou sua posição favorável aos “cassinos reais”, isto é, aqueles em que as pessoas apostam presencialmente. Assinalou, no entanto, a importância de uma regulamentação robusta, que inclua a necessidade de licenças e supervisão por órgãos governamentais para prevenir fraudes e lavagem de dinheiro, além de proteger os jogadores contra a dependência.

Segundo a entidade, enquanto a modalidade online compromete a renda das famílias e impacta o varejo, os cassinos que possuem localização física geram emprego e renda onde são regulamentados. O estudo também dedicou um capítulo para apresentar informações sobre as experiências de outros países. Foram mencionados aspectos legais e econômicos dos casos dos Estados Unidos, China, Singapura, Reino Unido, Malta, França, Itália, Portugal, Alemanha, Argentina, Peru, Uruguai, Colômbia, Bolívia.

Para o Brasil, estimou-se que, com os cassinos físicos, haveria uma arrecadação anual de pelo menos R$ 22 bilhões em impostos. “Comparativamente, segundo estimativas da Receita Federal, os cassinos online teriam potencial máximo de gerar R$ 14 bilhões por ano em arrecadação”, informa a pesquisa.

Os cassinos físicos foram proibidos no Brasil em 1946, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra. Na época, alegou-se que os jogos de azar eram contrários à tradição moral, jurídica e religiosa do povo brasileiro. A decisão foi tomada após campanhas do Instituto dos Advogados do Brasil e de setores da Igreja Católica contra os cassinos.

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) mantém sua posição contra a liberação destes estabelecimentos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também é crítica de medidas neste sentido e reconhece que o vício em jogos de azar pode se converter em um problema de saúde pública.

Fonte: Carta Capital

Setor empresarial questiona PL que obriga instalação de bicicletários no Recife

16 de janeiro de 2025

Segmento questiona a viabilidade de projeto de lei que tramita na Câmara do Recife, destacando a necessidade de avaliar a infraestrutura destes bicicletários

Uma nova proposta em tramitação na Câmara Municipal do Recife busca ampliar os direitos dos trabalhadores que utilizam a bicicleta como meio de transporte. O Projeto de Lei nº 140/2024, de autoria do vereador Fred Ferreira (PL), prevê que empresas com mais de 100 funcionários sejam obrigadas a disponibilizar infraestrutura de apoio, incluindo bicicletários, banheiros e armários, dentro de suas dependências.

De acordo com o texto, o objetivo é incentivar o uso de bicicletas no deslocamento diário e oferecer mais conforto e segurança aos ciclistas. A proposta está sendo analisada pelas comissões de Legislação e Justiça, Acessibilidade e Mobilidade Urbana, e Planejamento Urbano e Obras.

Fred Ferreira destaca que à medida que as grandes cidades brasileiras expandem suas redes de ciclovias, cresce a demanda por instalações como bicicletários e vestiários nas empresas. “Colaboradores motivados influenciam positivamente o ambiente de trabalho, melhorando o clima organizacional e a qualidade das tarefas executadas. Isso pode começar com poucos funcionários, mas logo se espalha por toda a empresa”, pontuou o autor da iniciativa durante a apresentação na Câmara, em 6 de janeiro deste ano.

O projeto se soma a iniciativas já existentes em Pernambuco, como a Lei nº 14.740/2012, de caráter mais abrangente, sem distinção entre usuários, que determina a instalação de estacionamentos para bicicletas em órgãos públicos e empresas privadas com circulação diária superior a 100 pessoas. Sancionada há mais de uma década, a lei estadual exige apenas estacionamentos para bicicletas com sinalização.

Apesar de ambas as medidas visarem a inclusão dos ciclistas no planejamento urbano, há diferenças significativas entre elas. Enquanto a legislação estadual exige apenas estacionamentos com sinalização para a segurança das bicicletas, o projeto municipal propõe uma infraestrutura mais completa, voltada especialmente para trabalhadores.

Setor empresarial não foi consultado sobre bicicletários

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife, Fred Leal, a iniciativa é positiva, mas é preciso ser estudada e desenvolvida de forma viável: “onde estão localizadas essas empresas? Se estiverem em shopping centers, quem será responsável pela instalação do bicicletário: o shopping ou as empresas? Caso estejam na rua, haverá espaço disponível para essa estrutura? São questões que precisam ser analisadas antes de implementar uma lei desse tipo”, questiona Leal.

Ele ainda afirma que a CDL não foi consultada a respeito do projeto e que a entidade civil não teve acesso ao conteúdo completo da proposta. “Precisamos conhecer melhor o projeto antes de emitir uma posição mais detalhada”, afirma.

Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) do Recife comenta também que a organização não foi questionada sobre a viabilidade do PL: “não tinha conhecimento dessa proposta até então e ninguém nos procurou pra discutir sobre o tema”, relata o presidente da associação, Toni Sousa.

Toni lembra que já existe uma previsão legal, exigindo que as empresas tenham armários e banheiros a partir de um número específico de funcionários, mas que é preciso entender melhor se há algum embasamento constitucional ou não para a obrigatoriedade de bicicletários.

“Para ter obrigatoriedade é preciso levar em conta a capacidade física de cada estabelecimento. Tem lugares que, simplesmente, não têm como instalar um bicicletário, por falta de espaço mesmo. Então, é algo que precisa ser analisado com mais cuidado”, comenta Sousa.

Por meio de nota, a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) respondeu que o projeto está sendo analisado internamento pela equipe técnica. Além disso, a entidade afirmou que não comentará o assunto por enquanto.

Fonte: Movimento Econômico