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21 de maio de 2025
CDL Recife completa 65 anos e conta, em entrevista,...

A CDL Recife chega aos 65 anos de atividade, reconhecida pelas ações na operação do SPC (Sistema de Proteção ao …

A CDL Recife chega aos 65 anos de atividade, reconhecida pelas ações na operação do SPC (Sistema de Proteção ao Crédito) e pela defesa da revitalização do Centro da cidade. O presidente, Fred Leal, e o diretor institucional da organização, Paulo Monteiro, falam da história da entidade e das conquistas e desafios para restaurar o movimento da região central e impulsionar o varejo local.

A CDL Recife (Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife) comemora 65 anos e seu presidente, Frederico Leal, e o diretor institucional, Paulo Monteiro, fazem um balanço sobre a atuação da entidade nesta conversa com Cláudia Santos. Conhecida por seu pioneirismo, foi a primeira CDL do País a criar um sistema centralizado do SPC. Ao longo dos anos, a organização também tem uma atuação constante em prol da revitalização do Centro da cidade.

Ambos os assuntos são tratados na entrevista pelos dois empresários que defendem transformações estruturais na área central do Recife, como o incentivo à moradia, instalação de serviços, recuperação urbana das áreas e segurança para que o varejo volte a ser pujante na região. A ideia baseia-se também no conceito da “cidade de 15 minutos”, em que moradores tenham acesso a serviços, comércio, cultura e lazer, a uma distância máxima de 15 minutos a pé ou de bicicleta.

Que balanço vocês fazem dos 65 anos da CDL Recife?

Fred Leal – O balanço é muito bom. Hoje são quase duas mil CDLs em todo o Brasil e a do Recife foi uma das primeiras que surgiram. Sempre tivemos grande atuação, principalmente na relação com os poderes institucionais, federais, estaduais e municipais, logicamente mais fortemente na instância municipal.

Em relação aos 65 anos, é importante frisar a questão da credibilidade da CDL Recife enquanto uma instituição apolítica. Tivemos, pelo menos, 40 anos de relações com o poder público independentemente do partido que estivesse no poder. Ou seja, o partido da CDL é o lojista, é a cidade do Recife. A grande preocupação nossa não é somente com o comércio mas, também, com a cidade como um todo, pois se o cidadão recifense está bem, se tem sensação de segurança, vai comprar com mais tranquilidade e isso, consequentemente, favorece o comércio.

A ascensão da CDL Recife se deu a partir do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) que começou no Rio Grande do Sul e, depois, chegou ao Recife, mas temos orgulho de dizer que foi aqui que virou a chave para o SPC Brasil. Antes, cada cidade tinha seu sistema de SPC. Nós fomos o primeiro que interligou os dados de todas as cidades de Pernambuco e unificou no CDL Recife sendo os primeiros a migrar para o processamento central do SPC Brasil.

Qual a importância do Serviço de Proteção ao Crédito para o desenvolvimento da CDL e do comércio brasileiro?

Paulo Monteiro – Antigamente, a forma de saber se um consumidor pagava bem era ligando para outra empresa onde a pessoa comprava e perguntar: “fulano é bom pagador?” Não havia um banco de dados. Um dos fatores mais importantes para o crescimento de qualquer atividade de compra e venda, no Brasil, é o crédito. Ele é o grande impulsionador em todos os setores no mundo todo. A importância maior do SPC é que alguém chegou e disse: “vamos criar um sistema de ficha, para anotar: ‘fulano’ é bom pagador’”.

Diferente de outros países europeus, no Brasil vende-se muito de forma parcelada. O SPC entrou com muita força e, antigamente, era um sistema para cada estado. Então, há 20 anos, começamos a centralizar e hoje o SPC Brasil é uma empresa nacional (a CDL Recife é cotista dessa empresa), que faz mais de 400 milhões de consultas por ano. Somos um dos maiores bancos de dados de consumo da América Latina.

Por isso temos um convênio com a Serasa, que não é concorrente, na realidade é uma parceira. Hoje há cinco bancos de dados no Brasil, nós somos um deles. Esse negócio é regulamentado pelo Banco Central, são necessárias algumas premissas para existir um banco de dados, não é qualquer um que pode ser porque é necessária uma confiabilidade técnica.

Nós tínhamos três grandes linhas de atuação: a de negócio, a institucional e a linha social. A linha social era a Fundação de Amparo ao Menor, fundada há 30 anos para tirar os meninos da rua, foi evoluindo e hoje extinguiu-se.  Ainda temos algumas ações sociais, mas ficamos mais com o institucional e com o negócio, pois a CDL é um birô de crédito que faz consulta, faz a garantia de cheque, enfim, uma série de outras coisas, inerentes ao negócio da CDL. Mas vale ressaltar a importância da CDL, nesses 65 anos, em questões como a revitalização do Centro do Recife.

Como tem sido a participação da CDL Recife na revitalização do Centro? 

Fred Leal – Começou com o projeto Reviver Recife Centro da CDL, que surgiu para promover a revitalização e a recuperação da região central da cidade. Mas, antes desse projeto, o então prefeito Gilberto Marques Paulo queria fechar a Rua da Imperatriz. Os lojistas queriam tirar os camelôs da Rua Nova, da Imperatriz e da Duque de Caxias. Nós nos reunimos com os lojistas e montamos uma operação com o secretário na época e dissemos: “vocês vão ter que passar quatro dias com as lojas fechadas”. Montamos um esquema, instalamos grades, ajeitamos a rua. Depois, esse projeto começou a ser implementado, passando máquinas, trocando pedra portuguesa por tijolo intertravado e evoluiu.

A partir daí, começamos a fazer uma série de ações, e quem deu o apoio muito grande foi João Paulo, como prefeito, depois veio o João da Costa, que foi um desastre, em seguida, Geraldo Júlio, foi um bom prefeito, mas não deu aquele apoio que queríamos. Porque, na realidade, não é só tirar camelôs e pedras, era preciso dar continuidade em outros processos, ter alguém ou um órgão que cuide do Centro, que olhe a região 24 horas. Assim, no fim do primeiro ano de mandato de João Campos, cumprindo promessa de campanha, ele criou o Gabinete do Centro (Recentro) com algumas premissas que evoluíram, como o Plano do Centro. Então, surgiu o Reviver Recife Centro com parceria da CDL Recife, no sentido de revitalizar o Centro.

Quais os resultados dessas ações e como a CDL vem contribuindo na revitalização do Centro do Recife? 

Fred Leal – Houve avanços como melhoria da limpeza, mais segurança e organização. Sabemos que é preciso melhorar ainda mais, mas houve avanços. Há muitas coisas em andamento, temos um projeto, apoiado pelo BNDES, para revitalizar a Avenida Guararapes; tem o Novotel; a recuperação da Ponte Giratória e do Mercado São José. Temos agora o projeto no [Cais José] Estelita, que foi uma luta nossa fazer a Dantas Barreto chegar à bacia do Pina, que é o Parque das Águas, para evitar que aquela área fique deserta.

A organização do camelódromo também foi sugestão nossa. Para além dessas questões, o grande avanço do projeto Reviver Recife Centro foi entender que o processo é maior, não é um processo pontual. Para além da revitalização das praças, é preciso pensar no macro, por exemplo, olhar para a questão de moradia, há uma grande quantidade de metro quadrado vazio, mas fazer retrofit é caro e requer tempo. Entretanto, a Rua da Imperatriz já tem dois proprietários com um projeto pronto de moradia com loja embaixo, entramos para ajudá-los com questões junto ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Ou seja, o processo é lento.

Paulo Monteiro – Essa ideia de governança para o Centro do Recife partiu da CDL que, a partir de 2016, começou a realizar uma série de seminários, chamando várias instituições, universidades, OAB, Iphan, a prefeitura. Essa ideia foi tomando uma dimensão e chegou como um produto da necessidade do Centro ter uma governança própria. Mas, existem questões que precisam melhorar. Por exemplo, entre o Novotel e o Mercado São José, existe uma mancha que é o Mercado de Santa Rita, que está abandonado e precisa de um grande projeto de reurbanização para que as pessoas que estão hospedadas lá possam se sentir seguras para atravessar a rua e conhecer o comércio da região.

Mas o comércio dali resiste. A Rua das Calçadas é impressionante, vende mercadorias que só tem lá a um preço acessível como produtos para festa, para fantasia de Carnaval, brindes. Outro lugar de destaque é Av. Conde da Boa Vista, que foi revitalizada, tem grandes lojas e a grande âncora é o shopping. Este, aliás, foi um dos motivos do fechamento de lojas na Imperatriz. Antigamente você pegava um ônibus e comprava no varejo da Imperatriz, hoje compra-se na Conde da Boa Vista.

Fred Leal – Outro problema é a segurança do Centro. Primeiro existe uma coisa chamada sentimento de segurança, depois tem a segurança em si. Ou seja, não adianta apenas transferir o batalhão da polícia de uma rua para outra. Isso não aumenta o movimento, é preciso que os clientes tenham também o sentimento de segurança.  E segurança é uma coisa que só vem com gente, quanto mais gente tiver na rua, mais segurança haverá.

Além da questão da segurança, que outros problemas podem prejudicar o comércio no Centro?

Paulo Monteiro – Há outros problemas como a mobilidade. Tivemos, inclusive, uma reunião com o presidente do Consórcio Grande Recife sugerindo um estudo para tentar colocar um transporte popular, de menor tamanho, que possa circular mais pelo Centro, pela Guararapes e Dantas Barreto. Isso porque, foram retiradas várias linhas de ônibus que vêm, por exemplo, de Vasco da Gama, Nova Descoberta. Hoje, essas linhas passam pela Av. Norte, Cruz Cabugá, 13 de Maio, Princesa Isabel, mas não atravessam para o bairro de Santo Antônio. Além disso, a mobilidade está diretamente relacionada à segurança e isso foi colocado pelos próprios lojistas, é uma necessidade principalmente para as mulheres.

Fred Leal – Outro problema é arborização. Para que as pessoas circulem com mais conforto e tranquilidade é preciso calçadas e árvores. Se não tem calçada, não tem árvore, ninguém circula, ninguém anda, é como a Av. Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, que não tem calçada acessível, arborizada, você não vê uma pessoa andando. Em relação ao problema do transporte, recentemente foi noticiado um estudo do VLT. Seria maravilhoso!

Paulo Monteiro – O Rio de Janeiro tem e funciona muito bem.

Em se tratando da iniciativa privada, o projeto do Cais José Estelita pode trazer benefícios?  

Fred Leal – Demais. Vai criar uma porta de entrada e conectar todo aquele negócio moderno com a Dantas Barreto, vai fazer uma conexão. É uma briga nossa de 50 anos que agora parece que vai resolver. Vai mudar a Avenida Dantas Barreto. É o grande mote do consultor Francisco Cunha e que já discutimos em seminários nossos, onde identificamos a necessidade de dar evidência à Ilha de Antônio Vaz, que o arquiteto Roberto Montezuma denominou de “a ilha de todos os tempos”. A ideia é transformar a Dantas Barreto num grande boulevard, ela começa no Palácio do Campo das Princesas, ali é um momento da história, depois você tem a igreja de Santo Antônio, que é outro momento da história, a aí vai até chegar o Século 21 com a avenida descarregando na lâmina d’água ali no Estelita. Então, foi justamente aí que surgiu essa ideia.

Voltando à questão do comércio, quais as tendências no setor e como os lojistas devem se atualizar?

Fred Leal – O comércio vem evoluindo no sentido de uma descentralização. Fisicamente, antes, ele se restringia ao Centro da cidade, aí surgiram os shopping centers que, por si, já são uma disrupção, e o comércio de bairro também cresceu. A tendência é que as lojas físicas continuem. Os shoppings centers deram uma virada, antigamente quem sustentava esses centros eram as lojas satélite. Hoje inverteu, e esse suporte é proveniente do relacionamento com o cliente, da gastronomia, de serviços (hospitais, academia etc.) e compras.

Outra tendência é o comércio eletrônico. Agora, a gente precisa entender o comércio eletrônico como um composto. A loja física, por exemplo, terá outro perfil, vai ter que ser também um hub de entrega, ou seja, você olha o preço na internet e vai pegar a mercadoria na loja física. É a estratégia do ominichanel.  Por isso, a loja física tem que ter muito mais interação com o cliente, proporcionar mais experiência. Ela é um ponto de um processo que vai do comércio eletrônico, do relacionamento e da experiência em loja.

Estivemos recentemente numa feira em Nova York em que se falava da importância dessa experiência. Outra questão é a inteligência artificial, não sabemos exatamente as consequências que vai causar porque essa tecnologia pode identificar exatamente o que o cliente gosta, a hora em que ele sairá de casa, tudo isso é uma pressão.

Dentro dessa perspectiva, como os senhores avaliam o atendimento nas lojas físicas?

Paulo Monteiro – Acho que tem melhorado, mas ainda não se tem a consciência de que é preciso conquistar o cliente.  Mas tem havido mudanças. Você vai, por exemplo, numa loja de eletrodomésticos no shopping center, e o vendedor, muitas vezes, ajuda o cliente a comprar pela internet. Outra coisa, há um incentivo para que os próprios vendedores das lojas façam a sua rede de relacionamento, informando, por exemplo, sobre a chegada de um novo produto ao cliente pelas redes sociais.

A loja física hoje é um ponto de um processo de experiência, de atendimento, de acolhimento, de relacionamento. Não é só esperar que o cliente venha, porque ele pode não vir e loja precisa sobreviver. O varejo vai ser isso com um desenvolvimento absurdo do comércio eletrônico, mas não vai acabar com o comércio físico desde que ele mude.

Paulo Monteiro – Há também a nova geração de jovens consumidores. Muito deles nunca foram ao Centro do Recife porque compram pela internet, por isso a loja física precisa proporcionar uma experiência. Então, é um conjunto, o proprietário da loja de roupa no shopping não pode, por exemplo, ficar só esperando o cliente, precisa conquistar, interagir, falar sobre novidades, oferecer um cafezinho, desenvolver relacionamento.

Fred Leal – Quanto ao Centro, é preciso compreender que o comércio não é indutor, ele não sai na frente. A não ser que seja um shopping center. O Centro tem que descobrir sua vocação. A tendência é que cresça cada vez mais o comércio dos bairros, dentro de um conceito chamado “cidade de 15 minutos” (A ideia é que os moradores possam caminhar ou pedalar para os locais de compras, lazer e trabalho em cerca de 15 minutos, trazendo mais qualidade de vida). Por isso que as lojas de hortifrúti cresceram tanto, mesmo se o preço for um pouco mais alto. Não por acaso, o Pão de Açúcar criou as unidades Minuto Pão de Açúcar nos bairros. Por isso, o Centro do Recife precisa ser um novo bairro para o seu varejo prosperar. Tem que ser ocupado com moradia e serviços, além do comércio.

Fonte: Revista AlgoMais

 

20 de maio de 2025
CDL Recife anuncia programação de 65 anos de...

A data será marcada por uma série de ações voltadas ao fortalecimento do comércio local, com eventos, campanhas promocionais A …

A data será marcada por uma série de ações voltadas ao fortalecimento do comércio local, com eventos, campanhas promocionais

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife anunciou, nesta segunda (19), a celebração dos seus 65 anos de fundação.

A data será marcada por uma série de ações voltadas ao fortalecimento do comércio local, com eventos, campanhas promocionais e parcerias institucionais.

Também nesta segunda, uma comitiva da entidade fez uma visita ao Diartio de Pernambuco.

O presidente da CDL Recife, Fred Leal, entregou o convite para a diretora de Jornalismo, Paula Losada.

Criada em 4 de junho de 1960, a CDL Recife é uma das mais antigas associações de classe do Brasil.

Desde sua origem, tem atuado na articulação com o poder público e na defesa dos interesses do setor varejista.

Entre as ações planejadas para este ano estão o apoio direto aos lojistas, incentivo à modernização do varejo, articulação com outras entidades comerciais e promoção de campanhas como o Liquida Grande Recife, que envolve mais de oito mil estabelecimentos da capital e da Região Metropolitana.

A entidade também mantém parcerias com a gestão municipal, por meio do Recentro iniciativa da Prefeitura do Recife voltada à requalificação da área central da cidade, e com a Polícia Militar, para reforçar a segurança no comércio de rua.

Futuro
Entre os focos da CDL está a adaptação do comércio às novas dinâmicas do consumo, especialmente após a pandemia. A entidade tem investido em eventos que discutem tendências do setor, como o Pós NRF, que traz ao Recife debates baseados no maior encontro global do varejo realizado anualmente em Nova York.

Além das campanhas promocionais e ações institucionais, a CDL reforça a importância de repensar o centro urbano, defendendo a ocupação com moradias, repartições públicas e serviços, como forma de revitalizar o comércio e manter o fluxo constante de pessoas na região.

Pioneirismo 

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife) foi uma das primeiras que surgiram no Brasil. É pioneira no País a criar um sistema centralizado, unificando os dados de Pernambuco para migrar ao processamento central do SPC Brasil.

Antes desse sistema informatizado, para saber informações sobre o consumidor e se era bom pagador, uma empresa ligava para outra. E aí surgiram as fichas de consulta no papel. Não havia ainda um banco de dados nacional. Hoje, é regulamentado pelo Banco Central e realiza mais de 400 milhões de consultas no país por ano.

Fonte: Diário de Pernambuco

19 de maio de 2025
Dívida dos brasileiros volta a subir e já corrói...

Trajetória de alta ficou mais clara a partir de dezembro de 2024, segundo dados do Banco Central (BC) A parcela …

Trajetória de alta ficou mais clara a partir de dezembro de 2024, segundo dados do Banco Central (BC)

A parcela do orçamento das famílias brasileiras comprometida com o pagamento de dívidas voltou a aumentar e já está em nível similar ao período do lançamento do programa Desenrola, criado pelo governo Lula em 2023 para estimular a renegociação de débitos e reduzir o elevado endividamento dos brasileiros.

A trajetória de alta ficou mais clara a partir de dezembro de 2024. Em fevereiro deste ano, último dado disponível, 27,2% da renda das famílias foi destinada ao pagamento de dívidas, segundo informações do Banco Central (BC). É o maior nível desde julho de 2023 (27,3%), quando foi lançada a primeira fase do Desenrola.

Sobra menos

Comprometimento da renda das famílias com dívidas voltou a subir e está no maior nível desde meados de 2023

Segundo economistas, a piora decorre principalmente do crescimento da concessão de empréstimos no segundo semestre de 2024 e do aumento da taxa básica de juros (Selic), que, em 12 meses, foi de 10,5% a 14,75% ao ano, um recorde em quase duas décadas. A desaceleração econômica esperada com alta dos juros também deve afetar o quadro.

Em um período de aperto monetário e endividamento em alta, os bancos tendem a restringir a oferta de empréstimos, e o que sobra para as famílias em dificuldades é recorrer a modalidades com juros mais altos, como o cheque especial, o rotativo do cartão e o crédito pessoal. Ou seja, a tendência é de aumento da contratação de dívidas mais caras, comprometendo fatia ainda maior do orçamento nos lares.

Inflação complica

A escalada dos juros reflete o esforço do BC para frear a inflação, outro fator que estrangula contas domiciliares. Mesmo com a desaceleração em abril, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,53%, acima da margem de tolerância (1,5 ponto percentual) da meta anual de 3%.

Entre os principais vilões estão alimentos e serviços como transporte, que afetam mais o bolso das famílias mais vulneráveis ao endividamento. Com parte do orçamento consumido por dívidas e gastos fixos, muitos responsáveis por domicílios são levados a novos empréstimos.

Viúva, a aposentada Maria Regina Cordeiro, de 72 anos, vive em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, com uma filha que trabalha como autônoma e tem dificuldades de ajudar nas despesas sem uma fonte fixa de renda.

Na prática, a aposentadoria e a pensão do marido — que somam pouco mais de R$ 3 mil — têm de dar conta de todas as contas da casa. Ela faz algum ganho extra com um pequeno comércio de bairro porque praticamente toda a sua renda fixa está comprometida com contas mensais e prestações de empréstimos: R$ 2.800.

— Está tudo caro demais. Gás, água e alimentação. Tenho de bancar tudo sozinha. Tento me organizar, mas nem sempre consigo. Meus dois salários mínimos vão praticamente todos para pagar dívida — diz Maria Regina, que se queixa também da alta do preço do café na padaria do bairro.

A lista de compromissos mensais dela é extensa. Ela destaca internet, contribuições previdenciárias da filha autônoma, um título de capitalização, seguros de cartão de crédito, alimentação, IPTU e gás de cozinha. Mas a principal preocupação da aposentada é escapar do cheque especial, cujos juros giram em torno de 130% ao ano, em média.

— Costumo sacar o dinheiro quando recebo, tenho a impressão de que tenho mais controle. Antes de chegar ao fim do mês, tento não usar o cartão de débito para evitar o cheque especial. Quando entro no especial, peço minha filha para fazer um Pix para sair dessa situação, mas nem sempre conseguimos — conta.

‘Aperta daqui, cobre dali’

Em Piedade, na Zona Norte do Rio, a copeira hospitalar Alexandra Gonçalves, de 49 anos, viu a parcela da renda familiar comprometida com dívidas engordar nos últimos meses. Ela divide o lar com o filho Alan, de 27 anos, gerente de uma pizzaria, e a neta Zoe, de 4, que tem autismo e recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A renda familiar gira em torno de R$ 5.700. Em outubro do ano passado, Alexandra fez um empréstimo consignado vinculado ao benefício da neta, de R$ 14 mil, para arcar com despesas médicas. Desde então, parcelas descontadas e gastos fixos da família dão a impressão de que sobra pouco para consumo.

— Hoje, quase R$ 3 mil vão só para pagar aluguel, alimentação, cartão de crédito, empréstimo consignado e cuidados com minha neta, que tem plano de saúde e precisa de assistência contínua. Tem mês que a gente aperta daqui para cobrir dali — diz Alexandra.

Desenrola foi bem-sucedido, mas alívio parece ter ficado para trás

Segundo o economista Caio Napoleão, da consultoria MCM 4intelligence, o Desenrola foi bem-sucedido no plano de reduzir o comprometimento de renda da população. De julho de 2023 a fevereiro de 2025, o percentual mais baixo foi o de maio de 2024 (25,8%), justamente o último mês de vigência do programa federal.

O Desenrola incentivou a renegociação de dívidas contraídas até 2022 em bancos e outros setores, como varejistas e serviços públicos, mas o alívio nas famílias parece já ter sumido com novas dívidas e juros mais altos.

Desde maio de 2024, diz Napoleão, cerca de 70% do crescimento do comprometimento de renda é explicado pela amortização do montante principal das dívidas, principalmente por conta do aumento do crédito pessoal, do uso de cartões e do financiamento de veículos.

O restante da piora está relacionado ao pagamento de juros, natural diante do aumento da Selic. Mas a renda, outro componente da equação, ajudou: cresceu 9,5% entre maio de 2024 e fevereiro deste ano.

— A renda cresceu bem, mas as famílias tomaram crédito com ainda mais ímpeto enquanto o BC começou a subir juros — frisa Napoleão.

Crédito do Trabalhador

A expectativa do governo e de parte do mercado é de que a situação melhore com a migração de dívidas viabilizada pelo recém-lançado Crédito do Trabalhador, que ampliou o acesso ao consignado a todos os empregados com carteira assinada do país, mais de 40 milhões de pessoas. Mas isso depende de o novo modelo ser usado principalmente para renegociar dívidas mais caras.

Com o desconto das parcelas na folha de pagamentos, o consignado tem juros menores e prazos maiores porque o risco de inadimplência para os bancos é mais baixo. Antes dessa reformulação, a modalidade para trabalhadores do setor privado era restrita aos de grandes empresas, que faziam acordos com bancos. Agora uma plataforma dá acesso a todos os empregados formais.

Em pouco mais de um mês de operação, já foram concedidos R$ 10,1 bilhões em empréstimos consignados para 1,8 milhão de trabalhadores nessa nova modalidade, segundo o Ministério do Trabalho. Deste montante, R$ 2 bilhões são referentes à migração de dívidas antigas, mais caras, como o crédito pessoal.

Na avaliação da economista Isabela Tavares, da Tendências Consultoria, ao contrário do Desenrola, que foi um alívio para famílias com a “corda no pescoço”, o novo consignado é uma mudança estrutural no mercado de crédito, com maior acesso da população a empréstimos mais baratos.

Além da nova linha de crédito, a equipe econômica entende que, para combater o alto comprometimento de renda com dívidas, é necessário aumentar o que chama de cidadania financeira, considerando a forte inclusão bancária dos últimos anos. Isso envolve programas de educação financeira, mas também maior proteção ao consumidor de serviços bancários no Brasil.

Governo quer prevenção

A avaliação do governo é de que os bancos precisam se envolver mais nesse aspecto para evitar que as famílias se compliquem e tenham o orçamento consumido por dívidas. O secretário de Reformas Econômicas da Fazenda, Marcos Pinto, diz que, em países como EUA e Inglaterra, os bancos são obrigados a avaliar a situação financeira dos tomadores de crédito e a auxiliá-los a encontrar opções mais adequadas a seus perfis para evitar o endividamento elevado.

— No geral, o Brasil precisa ter um foco maior na proteção de consumidores de produtos financeiros. Já fizemos um trabalho de inclusão financeira e, agora, precisamos de um trabalho de cidadania financeira. Esse trabalho passa, por um lado, por educação e informação, mas também por proteção. Os países desenvolvidos têm isso — diz o secretário.

O Ministério da Fazenda diz estar trabalhando em uma agenda de reformas para melhorar o ambiente de negócios e reduzir o custo do crédito no país. Uma das ideias é reorganizar a regulação financeira, redividindo-a em duas dimensões: a prudencial, que zela pela solidez de instituições e do sistema, e a de proteção ao consumidor. Essa reformulação é prioridade da Fazenda neste ano, mas a proposta ainda não está finalizada.

O tema também está na agenda estratégica do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo. Regulador do sistema bancário, o BC informou que tem fortalecido ações para promover a cidadania financeira no país. “A atuação da autarquia se dá junto à sociedade e junto às instituições financeiras; neste último, por meio de ações regulatórias e de supervisão de conduta”, diz o BC, em nota.

O texto cita, por exemplo, uma norma de 2021 que requer dos bancos a adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomendados às necessidades, aos interesses e aos objetivos dos clientes e usuários. Também menciona a regra que limitou os juros no rotativo do cartão ao valor original da dívida e o teto de 8% ao mês no cheque especial.

16 de maio de 2025
7 pontos fundamentais para a digitalização dos...

O conceito de digitalização 360º surge como uma abordagem revolucionária para empresas A digitalização está transformando o mercado, e o …

O conceito de digitalização 360º surge como uma abordagem revolucionária para empresas

A digitalização está transformando o mercado, e o conceito de digitalização 360º surge como uma abordagem revolucionária para empresas que buscam uma transformação completa. Esse conceito vai além do simples e-commerce, envolvendo a integração total da tecnologia em todos os aspectos da operação empresarial.

Fábio Rogério, co-CEO da ALFA Consultoria, explica que a digitalização 360º é a integração total de tecnologias digitais em todos os aspectos da organização. “Isso visa transformar a empresa ao incorporar tecnologia em cada aspecto das operações, desde processos internos e marketing até atendimento ao cliente”, afirma.

Edison Tamascia, presidente da Febrafar e Farmarcas, destaca que a digitalização deve ser abrangente e não se limitar apenas à presença online. “Para realmente transformar uma empresa, é necessário considerar a digitalização em todos os aspectos da operação, desde a gestão interna até a experiência do cliente,” explica Edison.

Ou seja, apesar de o e-commerce ser uma parte importante da digitalização, o verdadeiro impacto ocorre quando a digitalização é aplicada de maneira holística a todos os processos da empresa.

Edison explica que “a digitalização 360º deve envolver a automação de processos internos e a adaptação às novas expectativas dos consumidores.” Para ele, a transformação digital deve ser pensada de forma a englobar todas as operações do varejo, possibilitando uma verdadeira integração e inovação.

Assim, segundo Edison Tamascia e Fábio Rogério, os principais componentes dessa abordagem incluem:

  • Integração total: a digitalização deve abranger todos os aspectos da organização, oferecendo uma visão unificada e eficiente dos processos. Isso inclui operações internas, marketing, vendas e atendimento ao cliente.
  • Automação: a automação de tarefas repetitivas melhora a eficiência operacional e reduz a necessidade de intervenção manual, liberando os colaboradores para atividades mais estratégicas.
  • Análise de dados: a coleta e interpretação de grandes volumes de dados permitem a tomada de decisões mais informadas e personalizadas, ajudando a identificar gargalos e otimizar recursos.
  • Experiência do cliente: a digitalização melhora a experiência do cliente por meio de interações mais rápidas e personalizadas, resultando em maior satisfação e fidelização.
  • Tecnologias emergentes: tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e blockchain fomentam a inovação e ajudam a empresa a se adaptar às mudanças do mercado.
  • Agilidade e flexibilidade: empresas digitalizadas podem se adaptar rapidamente às mudanças e às necessidades dos clientes, promovendo maior agilidade e flexibilidade.
  • Segurança: a proteção dos dados e a segurança cibernética são essenciais para garantir a conformidade e proteger informações sensíveis.

Desafios da digitalização

A integração de sistemas distintos é, sem dúvida, um dos maiores desafios no processo de digitalização 360º, especialmente para empresas que buscam uma transformação abrangente e eficiente. A complexidade aumenta quando consideramos a necessidade de conectar diferentes áreas e sistemas que, muitas vezes, operam de forma isolada, mas que devem se comunicar perfeitamente para garantir a eficiência de toda a operação.

A digitalização não se limita apenas a incorporar novas tecnologias ou plataformas, mas a criar uma rede integrada de soluções que conversem de maneira fluida e sem falhas.

Dentre os muitos pontos da integração entre as diversas áreas das empresas, um que se destaca é quando se pensa em e-commerce e logística. Fábio ressalta que “a integração de múltiplos canais de venda e sistemas de gerenciamento de armazéns (WMS) pode ser complexa devido a formatos de dados e fluxos de trabalho distintos.”

Gerenciar diferentes plataformas de vendas, fornecedores e transportadoras requer um sistema de gestão integrado para manter o controle sobre o estoque e os pedidos.

O futuro da digitalização e tendências emergentes

O futuro da digitalização é moldado por várias tendências emergentes e as principais delas são:

– Personalização: a IA e algoritmos avançados permitirão experiências de compra cada vez mais personalizadas, com recomendações de produtos e campanhas de marketing ajustadas aos históricos e preferências dos clientes.

– Automação e otimização: a gestão de estoque se tornará mais eficiente, com previsões de demanda e otimização dos níveis de estoque. A automação também melhora o atendimento ao cliente com chatbots e otimiza a cadeia de suprimentos.

– Decisões baseadas em dados: a análise avançada de dados permitirá prever tendências de mercado, ajustar preços em tempo real e planejar compras com maior precisão, maximizando vendas e rentabilidade.

Ou seja, a digitalização 360º representa uma abordagem completa e integrada que transforma todos os aspectos das operações empresariais. Integrando tecnologia em processos internos e externos, empresas podem alcançar maior eficiência, uma melhor experiência do cliente e uma vantagem competitiva significativa.

13 de maio de 2025
Presidente da CDL Recife se reúne com João Campos...

Fred Leal, presidente da CDL Recife e do Sindilojas, compareceu à Prefeitura do Recife para se reunir com o prefeito João …

Fred Leal, presidente da CDL Recife e do Sindilojas, compareceu à Prefeitura do Recife para se reunir com o prefeito João Campos e debater estratégias para o fortalecimento da economia da cidade.

O encontro foi marcado pela assinatura de dois decretos que vão beneficiar atividades econômicas com a dispensa das licenças urbanística, ambiental e sanitária junto aos órgãos municipais competentes.

Ao todo, os decretos beneficiam 851 tipos de empreendimentos listados nas Classificações Nacionais de Atividades Econômicas (CNAEs). Uma iniciativa que fortalece as articulações comerciais do Recife.

Foto: Edson Holanda | Prefeitura do Recife

Varejo deve movimentar R$ 16 bilhões, diz Alckmin...

Ele afirma que a reforma tributária vai gerar “justiça tributária” O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio …

Ele afirma que a reforma tributária vai gerar “justiça tributária”

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou hoje (12), em São Paulo, que a estimativa é de que o comércio varejista movimente R$ 16 bilhões este ano. A projeção foi anunciada durante o Apas Show, festival de alimentos e bebidas que termina na próxima quinta-feira (15).

“No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu forte, 3,4%, e os supermercados [se expandiram] 6,5%. Um setor campeão de empregos e renda”, destacou durante a jornalistas na Expo Center Norte.

Alckmin disse, ainda, que a reforma tributária proporciona “justiça tributária” e que, ao lado de ferramentas oferecidas por entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mesmo as empresas de menor porte terão mais condições de melhorar seus negócios.

Ele frisou que agora o Brasil está finalmente se direcionando para um lado em que outros países já se encontram há muito tempo em relação a impostos que incidem sobre o setor.

O modelo do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), conforme explicou, unifica o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Avanço

Ele afirmou, ainda, que sua implementação é um avanço na comparação com o governo Bolsonaro, “que queria criar mais um imposto”.

“O mundo já fez isso 30 anos atrás. Nós estamos 30 anos atrasados”, afirmou. “Desonera investimento e exportação, o que acaba com a cumulatividade de crédito.”

Geraldo Alckmin ressaltou que há estudos – como os do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) – que mostram que os frutos da reforma tributária chegarão gradualmente. “É melhor fazer aos poucos do que não fazer,” finalizou.

O Apas Show reuniu, em 2024, mais de 141 mil visitantes. Ao todo, participaram do festival 850 expositores, sendo 200 internacionais.

Fonte: Agência Brasil

7 de maio de 2025
Recifenses vão às lojas comprar presentes para...

Pesquisa da UNIFAFIRE em parceria com a CDL Recife mostra aumento de 32% na intenção de compra para o Dia …

Pesquisa da UNIFAFIRE em parceria com a CDL Recife mostra aumento de 32% na intenção de compra para o Dia das Mães em 2025

A segunda data mais importante do ano para o varejo projeta um aumento significativo no comércio em relação ao mesmo período do ano passado. Alguns recifenses já compraram o presente do Dia das Mães antecipadamente, mas sempre há quem deixe para a última hora, e é esse público que garante ao comércio lucros que superam as previsões do mercado, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife).

“A pesquisa, realizada em parceria com a UNIFAFIRE, foi desenvolvida de forma estratégica para entender o perfil que o consumidor recifense adotou neste ano. O resultado foi extraordinário para o comércio, que, com esses dados, consegue prever os interesses dos recifenses para o Dia das Mães”, destacou Fred Leal, presidente da CDL Recife.

Levantamento de inteligência de mercado para o dia das mães

Em parceria com a CDL Recife, a UNIFAFIRE realizou uma pesquisa de inteligência de mercado que mostra que 75,57% dos entrevistados pretendem presentear as mães este ano, e que 43,07% planejam gastar mais de R$ 100,00 em itens ligados à moda, como roupas e calçados. Em seguida, aparecem os produtos de beleza (22,37%), eletrodomésticos (9,52%), itens de decoração (5,84%), celulares e acessórios (5,01%) e itens de supermercado (1,34%).

Já 23,28% dos entrevistados afirmaram que não pretendem comprar nenhum presente, enquanto 1,15% não souberam responder. Conforme o estudo, houve um crescimento de 32% na intenção de compra em relação a 2024. O Dia das Mães é a segunda data que mais movimenta o varejo, ficando atrás apenas do Natal.

Projeção econômica nacional para o dia das mães

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgou a previsão de movimentação econômica nacional de R$ 37,75 bilhões para o comércio. O levantamento, realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Offerwise Pesquisas, aponta que 78% dos consumidores entrevistados pretendem presentear neste Dia das Mães.

6 de maio de 2025
Dia das Mães: varejo físico ainda tem preferência...

80% dos consumidores brasileiros continuam optando pelo varejo físico na hora de escolher e levar o presente A pesquisa inédita …

80% dos consumidores brasileiros continuam optando pelo varejo físico na hora de escolher e levar o presente

A pesquisa inédita da CNDL sobre “Intenção de Compras para o Dia das Mães” revela que, mesmo com o avanço do comércio eletrônico, 80% dos consumidores brasileiros continuam optando pelo varejo físico na hora de escolher e levar o presente. Esse comportamento, que contrasta com as vendas online (cresceu 8 pontos percentuais, agora em 45%), escancara a importância da experiência tátil, do atendimento personalizado e da conveniência imediata — elementos que ainda fazem diferença na decisão de compra.

Como observa Rafael Reolon, diretor de Retail da Linx, sobre o papel das lojas físicas nas vendas. “Apesar do crescimento do e-commerce ao longo dos anos, as lojas físicas ainda têm enorme importância para a experiência do consumidor, principalmente em datas comemorativas como o Dia das Mães”, diz. Ele ainda ressalta que os clientes gostam de ver os produtos pessoalmente e tocá-los, para entender se realmente é o que buscam. “Além disso, ao comprar na loja física, o consumidor já sai com o item em mãos e isso é muito valorizado quando se trata de presentear alguém”, destaca.

O “apelo” do contato direto

Testar um perfume, provar uma peça de roupa ou sentir a textura de um acessório são experiências insubstituíveis. Na pesquisa da CNDL, 40% dos entrevistados afirmaram que a exposição dos produtos em vitrines influencia diretamente suas escolhas. Além disso, a desconfiança em relação a fretes — embora 27% considerem o frete grátis um atrativo — faz muita gente preferir levar o presente na hora, sem riscos de atraso ou extravio.

Para aproveitar esse potencial, explica Reolon, as lojas físicas podem apostar em atendimento personalizado, entendendo o que o consumidor gosta e procura. Também é fundamental oferecer espaços com demonstrações de produtos para atrair a atenção do cliente. E, sobre as vitrines, ele completa. “A disposição pode ser otimizada ao alinhar os produtos expostos com os itens mais buscados online, criando uma conexão entre os canais e reforçando tendências de consumo identificadas por meio da análise de dados. Vitrines dinâmicas, com elementos digitais — como telas interativas ou QR Codes que levem o consumidor a conteúdos personalizados, promoções exclusivas ou avaliações de outros clientes — agregam ainda mais valor à exposição tradicional”, exemplica o diretor de retail da Linx.

Segmentos e perfis que mantêm o físico na liderança

Dentro desse universo, existem nuances importantes de perfil e localização. 32% dos consumidores preferem shoppings de alto padrão — sobretudo nas classes A e B — em busca de conforto, estacionamento e mix de marcas consolidadas. Nas classes C, D e E, os 19% que optam por shoppings populares valorizam preços mais acessíveis e promoções. Lojas de departamento (17%) são procuradas por quem percebe que os valores subiram (69% perceberam alta de preços em relação a 2024) e busca descontos, enquanto as lojas de rua (11%) mantêm apelo pela relação de proximidade e pela chance de incentivar a economia local.

“Os shoppings atraem consumidores em busca de conveniência, conforto e variedade, muitas vezes com ações especiais para datas comemorativas, como decoração temática e sorteios, o que impulsiona as vendas. Já as lojas populares se destacam pelo apelo ao preço, atendendo quem já tem o orçamento definido e busca boas ofertas em segmentos como moda, acessórios e cosméticos”, destaca Rafael Reolon.

Inovar para fidelizar

Para não perder terreno, o varejo físico precisa combinar tradição e tecnologia. “O omnichannel permite que a experiência de consumo seja mais fluida. No Dia das Mães, muitos consumidores pesquisam produtos online e compram na loja física, ou veem um item na vitrine e finalizam a compra pelo e-commerce”, ressalta Reolon. “Esse novo comportamento exige que o varejo tenha conexão de estoques entre a loja física e digital, além de oferecer promoções e atendimento personalizado nos dois canais. Tudo isso facilita a compra, aumentando a taxa de conversão e a fidelização”, aponta.

Além disso, o diretor da Linx lembra que o uso inteligente de dados possibilita personalizar ofertas e destacar produtos com maior apelo naquele momento. “É possível combinar essas informações com ações promocionais nas lojas físicas, como descontos progressivos, brindes para compras acima de determinado valor ou combos de presentes. Tudo para aumentar o ticket médio e incentivar a decisão de compra”, finaliza.

No Dia das Mães 2025, o varejo físico prova que não está obsoleto: quem combinar experiência sensorial, tecnologia integrada e ofertas personalizadas vai conquistar os 80% de brasileiros que ainda valorizam o “ver, tocar e levar” para celebrar a data.

5 de maio de 2025
O papel do varejo na valorização das economias...

As pequenas empresas locais são responsáveis ​​por uma parcela significativa dos investimentos em muitas comunidades O varejo desempenha um papel …

As pequenas empresas locais são responsáveis ​​por uma parcela significativa dos investimentos em muitas comunidades

O varejo desempenha um papel fundamental na valorização das economias locais, promovendo desenvolvimento econômico, geração de empregos e fortalecimento comunitário. Ao incentivar o comércio regional, os benefícios se estendem por diversas áreas, impactando positivamente a comunidade como um todo.

As pequenas empresas locais são responsáveis ​​por uma parcela significativa dos investimentos em muitas comunidades. Ao valorizar o comércio local, há uma manutenção e potencial aumento dessas oportunidades de trabalho, contribuindo para a estabilidade econômica da região.

Desenvolvimento econômico regional

Quando os consumidores optam por comprar em estabelecimentos locais, o dinheiro permanece na comunidade, estimulando o desenvolvimento econômico. De acorco com pesquisa feita pela Social Miner com a Opinion Box, aponta que 54% das pessoas pretendem dar preferência a pequenos produtores e marcas locais, enquanto 73% devem consumir de forma mais consciente, apontando cada vez mais para a humanização das experiências entre marcas e pessoas. Essa circulação financeira local pode levar a um aumento de investimentos na região, fortalecendo a economia local.

Apoiar o comércio local também fortalece os laços sociais e culturais da comunidade. Empreendedores locais refletem a identidade e os valores da região, promovendo um senso de pertencimento entre os moradores. Além disso, essas empresas tendem a ser mais sensíveis às questões locais, contribuindo para a preservação da cultura e história da comunidade.

Priorizar o comércio local permite que os consumidores conheçam melhor a origem dos produtos adquiridos, promovendo práticas de consumo mais conscientes e sustentáveis. Essa proximidade reduz a necessidade de longos transportes, evitando a pegada de carbono associada.

Segundo levantamento realizado pela CNDL, SPC Brasil e Sebrae, o público com 55 anos ou mais tem a maior fidelidade ao comércio local perto de casa (82,4% fazem a maioria das compras dessa forma) e perto do trabalho (9,3%). Já o perfil de consumidor que prefere sites de lojas virtuais é o de 18 a 34 anos (8,4% nessa faixa etária adquirem a maior parte dos produtos e serviços de tal modo).

Desafios e oportunidades

Apesar dos benefícios, o comércio local enfrenta desafios como a concorrência com grandes redes e a necessidade de adaptação às novas tecnologias. No entanto, estratégias como a oferta de produtos exclusivos, atendimento personalizado e engajamento com a comunidade podem diferenciar os negócios locais e atrair consumidores que buscam experiências de compra mais autênticas.

De acordo com a pesquisa já mencionada, os principais motivos para comprar perto de casa são:

  • Conforto, comodidade: 20%
  • Agilidade, facilidade: 20%
  • Localização, acessibilidade: 17,4%
  • Costume: 15,3%
  • Preço: 9,1%

Ou seja, o varejo local é um pilar essencial para a valorização das economias regionais. Ao cultivar o comércio regional, não apenas se promove o desenvolvimento econômico, mas também se fortalece o tecido social e cultural das comunidades, criando um ciclo virtuoso de crescimento e bem-estar coletivo.

30 de abril de 2025
CDL Recife participa de Mutirão promovido pelo...

Na manhã desta quarta-feira (30), a equipe comercial da CDL Recife participou do Mutirão Acredita, realizado pelo Sebrae. O evento …

Na manhã desta quarta-feira (30), a equipe comercial da CDL Recife participou do Mutirão Acredita, realizado pelo Sebrae.

O evento é uma iniciativa do Sebrae em parceria com a CDL e instituições financeiras para realizar atendimento aos pequenos negócios que buscam crédito ou renegociação de dívidas. A CDL realizou consultas do SPC Brasil no Mutirão.

Estiveram presentes os diretores da entidade Paulo Monteiro (Institucional) e Hugo Philippsen (Executivo), além do presidente Fred Leal.

Veja o funcionamento do comércio do Recife no...

Comércio abre facultativo e shoppings funcionarão com horário especial No feriado de 1º de Maio, Dia do Trabalhador, o comércio …

Comércio abre facultativo e shoppings funcionarão com horário especial

No feriado de 1º de Maio, Dia do Trabalhador, o comércio do Recife vai abrir de maneira facultativa, incluindo o Centro e bairros. Ou seja: fica a critério de cada estabelecimento definir se vai abrir ou não e seu horário de funcionamento. Já shopping Centers da Região Metropolitana do Recife estarão com horário especial.

“Nós fizemos uma convenção coletiva com sindicatos dos comerciários e os lojistas estão autorizados a abrir, desde que cumpram tudo o que foi acertado”, adiantou Fred Leal, presidente da CDL Recife. Ele informou que, na sexta-feira (02/05) e no sábado (03/05), o comércio vai abrir normalmente.

Confira abaixo o horário de funcionamento do comércio do Recife para o feriado de 1º de Maio:

Recife

Centro do Recife e bairros – facultativo

Shopping Recife – das 12h às 21h

RioMar Recife – das 12h às 21h

Shopping Boa Vista – das 10h às 19h

Shopping Tacaruna – das 12h às 21h

Plaza Shopping – das 12h às 21h

Shopping ETC – fechado

Shopping de Afogados – das 9h às 18h

Olinda

Shopping Patteo Olinda – das 12h às 21h

 

Paulista

Paulista North Way Shopping – das 12h às 21h

 

Camaragibe

Camará Shopping – das 12h às 21h

 

Jaboatão

Shopping Guararapes – das 12h às 21h

Cabo de Santo Agostinho

Shopping Costa Dourada – das 8h às 20h;

Igarassu

Shopping Igarassu – das 12h às 20h

Moreno

Recife Outlet – das 9h às 21h

29 de abril de 2025
Confiança do comércio mantém estabilidade em...

Baixo otimismo com as condições econômicas e redução nas intenções de investimento impactam confiança do setor O Índice de Confiança …

Baixo otimismo com as condições econômicas e redução nas intenções de investimento impactam confiança do setor

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou estabilidade em abril, em relação a março, permanecendo em 101,7 pontos, considerando os ajustes sazonais. No comparativo anual, houve queda de 8,2%, puxada principalmente pela redução no otimismo com as Condições Atuais da Economia, cujo subindicador caiu 24,8% em relação a abril de 2024.

Entre os componentes, houve alta mensal nas condições atuais gerais (0,8%) e nas intenções de investimento (0,1%), mas o movimento não foi suficiente para alterar a percepção de cautela dos empresários.

“Os avanços pontuais não têm sido suficientes para compensar as perdas acumuladas, principalmente entre os comerciantes de bens duráveis, mais sensíveis ao aumento dos juros. Eles têm enfrentado maiores dificuldades, o que se reflete na redução de investimentos e na postura conservadora quanto à expansão dos negócios. O momento reforça a importância de medidas que incentivem o consumo e reduzam as incertezas”, afirmou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Mesmo com variações positivas no mês, as intenções de investimento recuaram 2,4% em comparação com abril do ano anterior. A projeção de contratação de funcionários e o investimento em estoques também registraram quedas de 2,4% e 1,1%, respectivamente, no comparativo anual.

As expectativas para os próximos meses retraíram 0,5% no mês e 8,9% no ano, embora permaneçam em nível considerado otimista, com 128,4 pontos. Segundo o levantamento, os empresários demonstram maior preocupação com a situação atual do que com o futuro.

“O encarecimento do crédito e a perda de dinamismo do mercado de trabalho afetam diretamente a disposição do varejo em expandir. Isso pode ser explicado porque o comércio tem reagido fortemente, já no curto prazo, às condições que impactam negativamente os negócios em médio prazo”, explicou o economista da CNC João Marcelo Costa.

A queda na confiança foi mais expressiva entre os empresários de comércio de bens duráveis, que registraram retração de 10,2% no índice geral e 14,8% nas condições atuais. Supermercados, farmácias e lojas de cosméticos também apresentaram recuo, operando abaixo do nível de otimismo, com 97,8 pontos.